
A gestão de resíduos em condomínios corporativos é um desafio constante para síndicos, administradoras e condôminos. O descarte inadequado de lixo pode gerar multas e problemas de saúde pública, além de prejudicar o meio ambiente. A seguir, abordaremos os erros mais comuns que os condomínios corporativos cometem no descarte de resíduos e como evitá-los.
Falta de autoavaliação:
Condomínios de uso não residencial ou misto que geram um volume significativo de resíduos precisam verificar se se enquadram na categoria de “grande gerador” conforme a legislação local. Por exemplo, em São Paulo, a lei 14.973/2009 estabelece regras específicas para condomínios que produzem mais de 1.000 litros de resíduos diariamente. Nesses casos, é obrigatório contratar serviços privados de coleta e gerenciamento de resíduos.
Não ter um PGRS (Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos) implantado ou em implantação com inventário de resíduos e outras demandas, não é uma opção para condomínios não residenciais. A elaboração ou manutenção de um PGRS obriga aos administradores a conhecerem a geração de resíduos do condomínio, a buscar soluções e alternativas para o gerenciamento dos resíduos.
Armazenamento inadequado:
O armazenamento inadequado de resíduos é um dos principais problemas em condomínios corporativos. É crucial que o lixo seja armazenado em locais apropriados, como contêineres com tampa e em áreas específicas, evitando o acúmulo de resíduos em corredores, halls de entrada e áreas comuns. A falta de higiene e organização no armazenamento do lixo pode atrair pragas, gerar mau cheiro e causar doenças.

Falta de separação dos resíduos:
A separação correta do lixo é fundamental para a reciclagem e o descarte adequado dos resíduos. Muitos condomínios corporativos ainda não possuem um sistema eficiente de coleta seletiva, o que dificulta o processo de reciclagem e aumenta o volume de lixo destinado aos aterros sanitários. A Resolução CONAMA nº 275/2001 determina que esses grandes geradores devem separar os resíduos em, adotem as cores padronizadas para a coleta seletiva:
Categoria | Cor Lixeira | Descrição | Exemplos |
Papel e papelão | AZUL | Jornais, revistas, caixas de papelão, embalagens de papel. | Cadernos, envelopes, papel de impressora, caixas de pizza. |
Plástico | VERMELHO | Garrafas PET, embalagens plásticas, sacolas plásticas. | Potes de plástico, frascos de shampoo, sacolas de supermercado. |
Vidro | VERDE | Garrafas, potes de vidro, frascos de vidro. | Copos, pratos, embalagens de alimentos. |
Metal | AMARELO | Latas de alumínio, latas de aço, embalagens de metal. | Latas de refrigerante, latas de conservas, panelas. |
Orgânico | MARROM | Restos de alimentos, cascas de frutas e legumes, folhas e podas de plantas. | Borra de café, ossos, aparas de grama. |
Rejeitos | CINZA | Materiais que não podem ser reciclados. | Papéis higiênicos usados, absorventes, fraldas descartáveis, embalagens metalizadas. |
Resíduos perigosos | LARANJA | Pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes, toners de impressora, equipamentos eletrônicos. | Lâmpadas queimadas, baterias de celular, cartuchos de tinta. |
Serviços de saúde | BRANCO | Gerados em hospitais, clínicas, laboratórios, consultórios médicos e odontológicos | Agulhas, seringas e bisturis descartáveis, máscaras e aventais contaminados, gazes e curativos usados, restos de vacinas e medicamentos vencidos. |
Radioativo | ROXO | Proveniente de atividades médicas, industriais ou de pesquisa | Equipamentos de radiodiagnóstico e radioterapia descartados, materiais de proteção contaminados (luvas, aventais, jalecos), rejeitos de laboratórios de pesquisa com elementos radioativos. |
Observação: Essa organização pode variar de condomínio para condomínio dependendo o mix de condôminos das unidades.
Desconhecimento da legislação:
A Lei nº 12.305/2010 institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), estabelecendo diretrizes para a gestão e o gerenciamento de resíduos sólidos em todo o país. A lei municipal (São Paulo, SP) 14.973/2009, que trata da gestão de resíduos da construção civil, também esta lei estabelece diretrizes para a organização de sistemas de coleta seletiva destinados aos grandes geradores de resíduos sólidos, incluindo condomínios que produzem mais de 1.000 litros diários de resíduos. A Resolução CONAMA nº 275/2001, estabelece o código de cores para diferentes tipos de resíduos na coleta seletiva, visando padronizar a identificação e facilitar o processo de segregação e reciclagem.

É fundamental que os condomínios estejam cientes da legislação e a cumpram para evitar multas e penalidades. A PNRS exige, por exemplo, a elaboração de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) para grandes geradores de resíduos, como shoppings centers, edifícios comerciais e condomínios com mais de 20 unidades. Além disso, de acordo com a legislação do município de São Paulo, condomínios não residenciais ou de uso misto que produzem mais de 1.000 litros de lixo por dia são considerados grandes geradores e devem contratar empresas privadas de coleta de resíduos. A escolha da empresa deve levar em consideração se ela oferece serviços de coleta seletiva. É importante destacar também que todos os condomínios, independentemente da quantidade de lixo produzida, devem se registrar no Sistema de Controle de Transporte de Resíduos (CTR-e) da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (AMLURB).
Falta de investimento em infraestrutura:
A falta de investimento em infraestrutura adequada para o gerenciamento de resíduos é outro problema comum em condomínios corporativos. A falta de lixeiras adequadas, contêineres para coleta seletiva e áreas de armazenamento pode comprometer a eficiência do sistema de gestão de resíduos e gerar transtornos para os condôminos.
Falta de comunicação e conscientização:
A falta de comunicação e conscientização dos condôminos sobre a importância do descarte correto de resíduos é um fator crucial para o sucesso do gerenciamento de resíduos no condomínio. É importante que o síndico e a administradora promovam campanhas de conscientização, palestras e workshops para educar não só os condôminos, mas também as equipes de limpeza e serviços gerais sobre a importância da coleta seletiva, do descarte correto de resíduos perigosos e da redução da produção de lixo.
A falta de participação dos condôminos também é uma questão importante pois, muitas vezes, deixam a cargo de um terceiro a gestão total de resíduos de um condomínio.
Venda de resíduos
A venda de resíduos por condomínios corporativos pode ser considerada um erro em alguns casos. Apesar de parecer uma boa forma de gerar receita extra e incentivar a reciclagem, essa prática exige uma série de cuidados e pode gerar mais gastos do que benefícios:
Custos com a separação: Para que os resíduos sejam vendidos, é preciso separá-los de forma minuciosa, o que exige mão de obra e espaço. Em muitos casos, o custo com a separação dos resíduos pode ser maior do que o valor arrecadado com a venda.
Riscos de contaminação: A contaminação dos materiais recicláveis com outros tipos de resíduos pode desvalorizar o material e até mesmo inviabilizar a venda. É fundamental que a separação seja feita corretamente para evitar esse problema.
Logística complexa: A venda de resíduos exige uma logística complexa, que envolve o armazenamento, o transporte e a negociação com os compradores. Em alguns casos, o condomínio pode ter dificuldades em encontrar compradores para os seus resíduos, especialmente se a quantidade for pequena.
Questões legais: A venda de resíduos está sujeita a uma série de questões legais, como a emissão de notas fiscais e o pagamento de impostos. É importante que o condomínio esteja ciente da legislação para evitar problemas com o fisco.
Foco desviado da sustentabilidade: A venda de resíduos pode desviar o foco do principal objetivo da coleta seletiva, que é a redução do impacto ambiental. Ao priorizar o lucro, o condomínio pode negligenciar outras práticas sustentáveis, como a compostagem e a reutilização de materiais.
Questões contábeis: Como registrar uma receita em um centro de custos, uma vez que a venda é geralmente feita por uma área como almoxarifado.

Falta de processo de Conheça Seu Fornecedor:
Não realizar um processo adequado de homologação de fornecedor responsável pelo descarte de resíduos de um condomínio empresarial pode trazer diversos riscos e prejuízos, tanto ambientais quanto legais. Aqui estão algumas razões pelas quais isso pode ser problemático:
Riscos Legais e Multas: O condomínio pode ser responsabilizado e multado por descarte irregular, mesmo sem conhecimento do destino final dos resíduos.
Danos Ambientais e à Imagem: Resíduos podem ser descartados ilegalmente, causando impactos ambientais e prejudicando a reputação das empresas.galmente, causando impactos ambientais e prejudicando a reputação das empresas.
Ineficiência na Gestão de Resíduos: Falta de segregação correta pode reduzir a reciclagem e gerar acúmulo de lixo, impactando a higiene e logística do condomínio.
Risco à Segurança e Vazamento de Dados: Documentos sigilosos podem ser descartados sem segurança, aumentando o risco de vazamento de informações sensíveis.
Aumento de Custos e Problemas Operacionais: Fornecedores não confiáveis podem cobrar valores abusivos e prestar serviços ineficientes, dificultando a gestão e auditoria dos resíduos.
Benefícios de um Gerenciamento de Resíduos Adequado:
Um gerenciamento de resíduos adequado, além de contribuir para a preservação ambiental e evitar problemas com a legislação, também pode gerar economia para o condomínio. A reciclagem, por exemplo, diminui o volume de lixo enviado para aterros sanitários, reduzindo os custos com coleta e destinação final.
Soluções práticas para melhorar o gerenciamento de resíduos em condomínios corporativos:
Elaborar um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS): o PGRS deve contemplar todas as etapas do gerenciamento de resíduos, desde a geração até a disposição final, incluindo a coleta, o armazenamento, o transporte e o tratamento dos resíduos.
Implantar um sistema de coleta seletiva: disponibilizar lixeiras e contêineres adequados para a separação dos resíduos recicláveis, orgânicos e rejeitos.
Investir em infraestrutura: garantir a disponibilidade de lixeiras, contêineres, áreas de armazenamento e equipamentos para compactação do lixo.
Contratar uma empresa especializada em gerenciamento, coleta e transporte de resíduos: empresas especializadas podem oferecer soluções completas para o gerenciamento de resíduos, incluindo a coleta, o transporte e a destinação final dos resíduos.
Promover campanhas de conscientização: realizar campanhas educativas para conscientizar os condôminos sobre a importância do descarte correto de resíduos.
Realizar treinamentos para funcionários: treinar os funcionários do condomínio sobre as práticas de coleta seletiva e descarte de resíduos.
Monitorar o sistema de gerenciamento de resíduos: acompanhar os indicadores de desempenho do sistema de gerenciamento de resíduos, como a quantidade de resíduos gerados, a taxa de reciclagem e o custo do gerenciamento de resíduos.

Considerações finais
O descarte inadequado de resíduos em condomínios corporativos pode gerar uma série de problemas, como multas, riscos à saúde pública e impactos ambientais. É fundamental que os condomínios corporativos adotem práticas adequadas de gerenciamento de resíduos, como o armazenamento correto, a separação dos resíduos, o conhecimento da legislação e o investimento em infraestrutura. A conscientização dos condôminos também é crucial para o sucesso do gerenciamento de resíduos no condomínio. Ao seguir as dicas e soluções apresentadas, os condomínios corporativos podem melhorar o seu gerenciamento de resíduos, reduzir custos e contribuir para a preservação do meio ambiente. A responsabilidade ambiental é um fator cada vez mais importante para as empresas, e a gestão eficiente de resíduos é um passo fundamental para a construção de uma imagem corporativa sustentável e socialmente responsável. Síndicos e administradoras devem se atentar a este aspecto e buscar soluções inovadoras e eficientes para o gerenciamento de resíduos em seus condomínios.
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