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Os Erros Mais Comuns que Condomínios Corporativos Cometem no Descarte de Resíduos

Foto do escritor: Luiz MagalhaesLuiz Magalhaes
Condomínio Corporativo, desafios no descarte correto de resíduos
Condomínio Corporativo, desafios no descarte correto de resíduos

A gestão de resíduos em condomínios corporativos é um desafio constante para síndicos, administradoras e condôminos. O descarte inadequado de lixo pode gerar multas e problemas de saúde pública, além de prejudicar o meio ambiente. A seguir, abordaremos os erros mais comuns que os condomínios corporativos cometem no descarte de resíduos e como evitá-los.


Falta de autoavaliação:


Condomínios de uso não residencial ou misto que geram um volume significativo de resíduos precisam verificar se se enquadram na categoria de “grande gerador” conforme a legislação local. Por exemplo, em São Paulo, a lei 14.973/2009 estabelece regras específicas para condomínios que produzem mais de 1.000 litros de resíduos diariamente. Nesses casos, é obrigatório contratar serviços privados de coleta e gerenciamento de resíduos.


Não ter um PGRS (Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos) implantado ou em implantação com inventário de resíduos e outras demandas, não é uma opção para condomínios não residenciais. A elaboração ou manutenção de um PGRS obriga aos administradores a conhecerem a geração de resíduos do condomínio, a buscar soluções e alternativas para o gerenciamento dos resíduos.


Armazenamento inadequado:


O armazenamento inadequado de resíduos é um dos principais problemas em condomínios corporativos. É crucial que o lixo seja armazenado em locais apropriados, como contêineres com tampa e em áreas específicas, evitando o acúmulo de resíduos em corredores, halls de entrada e áreas comuns. A falta de higiene e organização no armazenamento do lixo pode atrair pragas, gerar mau cheiro e causar doenças.

Repositório de resíduos em cliente: necessidade de adaptação?
Repositório de resíduos em cliente: necessidade de adaptação?

Falta de separação dos resíduos:


A separação correta do lixo é fundamental para a reciclagem e o descarte adequado dos resíduos. Muitos condomínios corporativos ainda não possuem um sistema eficiente de coleta seletiva, o que dificulta o processo de reciclagem e aumenta o volume de lixo destinado aos aterros sanitários. A Resolução CONAMA nº 275/2001 determina que esses grandes geradores devem separar os resíduos em, adotem as cores padronizadas para a coleta seletiva:

 

Categoria

Cor Lixeira

Descrição

Exemplos

Papel e papelão

AZUL

Jornais, revistas, caixas de papelão, embalagens de papel.

Cadernos, envelopes, papel de impressora, caixas de pizza.

Plástico

VERMELHO

Garrafas PET, embalagens plásticas, sacolas plásticas.

Potes de plástico, frascos de shampoo, sacolas de supermercado.

Vidro

VERDE

Garrafas, potes de vidro, frascos de vidro.

Copos, pratos, embalagens de alimentos.

Metal

AMARELO

Latas de alumínio, latas de aço, embalagens de metal.

Latas de refrigerante, latas de conservas, panelas.

Orgânico

MARROM

Restos de alimentos, cascas de frutas e legumes, folhas e podas de plantas.

Borra de café, ossos, aparas de grama.

Rejeitos

CINZA

Materiais que não podem ser reciclados.

Papéis higiênicos usados, absorventes, fraldas descartáveis, embalagens metalizadas.

Resíduos perigosos

LARANJA

Pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes, toners de impressora, equipamentos eletrônicos.

Lâmpadas queimadas, baterias de celular, cartuchos de tinta.

Serviços de saúde

BRANCO

Gerados em hospitais, clínicas, laboratórios, consultórios médicos e odontológicos

Agulhas, seringas e bisturis descartáveis, máscaras e aventais contaminados, gazes e curativos usados, restos de vacinas e medicamentos vencidos.

Radioativo

ROXO

Proveniente de atividades médicas, industriais ou de pesquisa

Equipamentos de radiodiagnóstico e radioterapia descartados, materiais de proteção contaminados (luvas, aventais, jalecos), rejeitos de laboratórios de pesquisa com elementos radioativos.

 

Observação: Essa organização pode variar de condomínio para condomínio dependendo o mix de condôminos das unidades.


Desconhecimento da legislação:


A Lei nº 12.305/2010 institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), estabelecendo diretrizes para a gestão e o gerenciamento de resíduos sólidos em todo o país. A lei municipal (São Paulo, SP) 14.973/2009, que trata da gestão de resíduos da construção civil, também esta lei estabelece diretrizes para a organização de sistemas de coleta seletiva destinados aos grandes geradores de resíduos sólidos, incluindo condomínios que produzem mais de 1.000 litros diários de resíduos. A Resolução CONAMA nº 275/2001, estabelece o código de cores para diferentes tipos de resíduos na coleta seletiva, visando padronizar a identificação e facilitar o processo de segregação e reciclagem.

Legislação ambiental complexa
Legislação ambiental complexa

É fundamental que os condomínios estejam cientes da legislação e a cumpram para evitar multas e penalidades. A PNRS exige, por exemplo, a elaboração de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) para grandes geradores de resíduos, como shoppings centers, edifícios comerciais e condomínios com mais de 20 unidades. Além disso, de acordo com a legislação do município de São Paulo, condomínios não residenciais ou de uso misto que produzem mais de 1.000 litros de lixo por dia são considerados grandes geradores e devem contratar empresas privadas de coleta de resíduos. A escolha da empresa deve levar em consideração se ela oferece serviços de coleta seletiva. É importante destacar também que todos os condomínios, independentemente da quantidade de lixo produzida, devem se registrar no Sistema de Controle de Transporte de Resíduos (CTR-e) da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (AMLURB). 


Falta de investimento em infraestrutura:


A falta de investimento em infraestrutura adequada para o gerenciamento de resíduos é outro problema comum em condomínios corporativos. A falta de lixeiras adequadas, contêineres para coleta seletiva e áreas de armazenamento pode comprometer a eficiência do sistema de gestão de resíduos e gerar transtornos para os condôminos.


Falta de comunicação e conscientização:


A falta de comunicação e conscientização dos condôminos sobre a importância do descarte correto de resíduos é um fator crucial para o sucesso do gerenciamento de resíduos no condomínio. É importante que o síndico e a administradora promovam campanhas de conscientização, palestras e workshops para educar não só os condôminos, mas também as equipes de limpeza e serviços gerais sobre a importância da coleta seletiva, do descarte correto de resíduos perigosos e da redução da produção de lixo.

A falta de participação dos condôminos também é uma questão importante pois, muitas vezes, deixam a cargo de um terceiro a gestão total de resíduos de um condomínio.


Venda de resíduos


A venda de resíduos por condomínios corporativos pode ser considerada um erro em alguns casos. Apesar de parecer uma boa forma de gerar receita extra e incentivar a reciclagem, essa prática exige uma série de cuidados e pode gerar mais gastos do que benefícios:


  • Custos com a separação: Para que os resíduos sejam vendidos, é preciso separá-los de forma minuciosa, o que exige mão de obra e espaço. Em muitos casos, o custo com a separação dos resíduos pode ser maior do que o valor arrecadado com a venda. 

  • Riscos de contaminação: A contaminação dos materiais recicláveis com outros tipos de resíduos pode desvalorizar o material e até mesmo inviabilizar a venda. É fundamental que a separação seja feita corretamente para evitar esse problema. 

  • Logística complexa: A venda de resíduos exige uma logística complexa, que envolve o armazenamento, o transporte e a negociação com os compradores. Em alguns casos, o condomínio pode ter dificuldades em encontrar compradores para os seus resíduos, especialmente se a quantidade for pequena. 

  • Questões legais: A venda de resíduos está sujeita a uma série de questões legais, como a emissão de notas fiscais e o pagamento de impostos. É importante que o condomínio esteja ciente da legislação para evitar problemas com o fisco.

  • Foco desviado da sustentabilidade: A venda de resíduos pode desviar o foco do principal objetivo da coleta seletiva, que é a redução do impacto ambiental. Ao priorizar o lucro, o condomínio pode negligenciar outras práticas sustentáveis, como a compostagem e a reutilização de materiais.

  • Questões contábeis: Como registrar uma receita em um centro de custos, uma vez que a venda é geralmente feita por uma área como almoxarifado.

Imagem real de cliente com plástico para venda. Baixo volume e receita x custos
Imagem real de cliente com plástico para venda. Baixo volume e receita x custos

Falta de processo de Conheça Seu Fornecedor:


Não realizar um processo adequado de homologação de fornecedor responsável pelo descarte de resíduos de um condomínio empresarial pode trazer diversos riscos e prejuízos, tanto ambientais quanto legais. Aqui estão algumas razões pelas quais isso pode ser problemático:


  • Riscos Legais e Multas: O condomínio pode ser responsabilizado e multado por descarte irregular, mesmo sem conhecimento do destino final dos resíduos.

  • Danos Ambientais e à Imagem: Resíduos podem ser descartados ilegalmente, causando impactos ambientais e prejudicando a reputação das empresas.galmente, causando impactos ambientais e prejudicando a reputação das empresas.

  • Ineficiência na Gestão de Resíduos: Falta de segregação correta pode reduzir a reciclagem e gerar acúmulo de lixo, impactando a higiene e logística do condomínio.

  • Risco à Segurança e Vazamento de Dados: Documentos sigilosos podem ser descartados sem segurança, aumentando o risco de vazamento de informações sensíveis.

  • Aumento de Custos e Problemas Operacionais: Fornecedores não confiáveis podem cobrar valores abusivos e prestar serviços ineficientes, dificultando a gestão e auditoria dos resíduos.



Benefícios de um Gerenciamento de Resíduos Adequado:


Um gerenciamento de resíduos adequado, além de contribuir para a preservação ambiental e evitar problemas com a legislação, também pode gerar economia para o condomínio. A reciclagem, por exemplo, diminui o volume de lixo enviado para aterros sanitários, reduzindo os custos com coleta e destinação final. 


Soluções práticas para melhorar o gerenciamento de resíduos em condomínios corporativos:


  • Elaborar um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS): o PGRS deve contemplar todas as etapas do gerenciamento de resíduos, desde a geração até a disposição final, incluindo a coleta, o armazenamento, o transporte e o tratamento dos resíduos.

  • Implantar um sistema de coleta seletiva: disponibilizar lixeiras e contêineres adequados para a separação dos resíduos recicláveis, orgânicos e rejeitos.

  • Investir em infraestrutura: garantir a disponibilidade de lixeiras, contêineres, áreas de armazenamento e equipamentos para compactação do lixo.

  • Contratar uma empresa especializada em gerenciamento, coleta e transporte de resíduos: empresas especializadas podem oferecer soluções completas para o gerenciamento de resíduos, incluindo a coleta, o transporte e a destinação final dos resíduos.

  • Promover campanhas de conscientização: realizar campanhas educativas para conscientizar os condôminos sobre a importância do descarte correto de resíduos.

  • Realizar treinamentos para funcionários: treinar os funcionários do condomínio sobre as práticas de coleta seletiva e descarte de resíduos.

  • Monitorar o sistema de gerenciamento de resíduos: acompanhar os indicadores de desempenho do sistema de gerenciamento de resíduos, como a quantidade de resíduos gerados, a taxa de reciclagem e o custo do gerenciamento de resíduos.


Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, o início de tudo
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, o início de tudo

Considerações finais


O descarte inadequado de resíduos em condomínios corporativos pode gerar uma série de problemas, como multas, riscos à saúde pública e impactos ambientais. É fundamental que os condomínios corporativos adotem práticas adequadas de gerenciamento de resíduos, como o armazenamento correto, a separação dos resíduos, o conhecimento da legislação e o investimento em infraestrutura. A conscientização dos condôminos também é crucial para o sucesso do gerenciamento de resíduos no condomínio. Ao seguir as dicas e soluções apresentadas, os condomínios corporativos podem melhorar o seu gerenciamento de resíduos, reduzir custos e contribuir para a preservação do meio ambiente. A responsabilidade ambiental é um fator cada vez mais importante para as empresas, e a gestão eficiente de resíduos é um passo fundamental para a construção de uma imagem corporativa sustentável e socialmente responsável. Síndicos e administradoras devem se atentar a este aspecto e buscar soluções inovadoras e eficientes para o gerenciamento de resíduos em seus condomínios.

 

 
 
 

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