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SINIR e SIGOR: O Papel dos Sistemas de Gestão de Resíduos Sólidos no Brasil

  • Foto do escritor: Luiz Magalhaes
    Luiz Magalhaes
  • 24 de mar.
  • 6 min de leitura
SIGOR: O modelo paulista de rastreamento de resíduos
SIGOR: O modelo paulista de rastreamento de resíduos
A Importância do SINIR e SIGOR na Gestão de Resíduos no Brasil

A gestão eficiente de resíduos sólidos é um dos grandes desafios ambientais e urbanos enfrentados pelo Brasil. Com o crescimento populacional e o aumento da produção de resíduos, é fundamental que existam sistemas eficazes para rastrear, controlar e garantir a destinação ambientalmente correta dos materiais descartados. Nesse contexto, o SINIR (Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão de Resíduos Sólidos) e o SIGOR (Sistema Estadual de Gerenciamento Online de Resíduos, específico de São Paulo) desempenham papéis cruciais na organização e fiscalização da gestão de resíduos no país.


O que é o SINIR e como ele funciona?

Criado com base na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), o SINIR é uma plataforma nacional desenvolvida pelo governo federal para coletar e consolidar informações sobre a geração, transporte e destinação final dos resíduos sólidos em todo o Brasil. O objetivo do sistema é monitorar e centralizar dados que auxiliam na formulação de políticas públicas, promovendo maior transparência e eficiência na gestão de resíduos.

SINIR busca integrar o gerenciamento de resíduos por todo território nacional
SINIR busca integrar o gerenciamento de resíduos por todo território nacional

Empresas, municípios e estados devem alimentar o sistema com informações sobre os resíduos gerados e suas respectivas destinações. Dessa forma, o SINIR possibilita que órgãos ambientais tenham uma visão ampla da gestão de resíduos no país, permitindo a fiscalização do cumprimento da legislação ambiental e identificando pontos críticos que precisam de melhorias.


Além disso, o SINIR também apoia a implementação da logística reversa, um dos pilares da PNRS, que incentiva fabricantes, distribuidores e consumidores a participarem da destinação correta de produtos pós-consumo, reduzindo a quantidade de resíduos que vão para aterros sanitários e lixões.


SIGOR: O modelo paulista de rastreamento de resíduos

Enquanto o SINIR tem abrangência nacional, alguns estados brasileiros desenvolveram seus próprios sistemas para aprimorar a gestão de resíduos localmente. É o caso de São Paulo, que implementou o SIGOR (Sistema Estadual de Gerenciamento Online de Resíduos).


O SIGOR é uma plataforma digital criada pela CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) para monitorar e gerenciar a movimentação de resíduos sólidos em território paulista. O sistema possui diferentes módulos, entre eles:


  • Módulo de Resíduos Sólidos Urbanos, que permite o rastreamento da destinação de resíduos domiciliares e comerciais.

  • Módulo de Resíduos Industriais, que monitora a geração e o transporte de resíduos perigosos e não perigosos.

  • Módulo de Resíduos da Construção Civil, essencial para controlar o descarte de entulhos e materiais de construção.

  • Módulo de Logística Reversa, que facilita a comprovação do retorno de embalagens, eletroeletrônicos e outros produtos para reciclagem ou descarte ambientalmente adequado.


A implementação do SIGOR tem sido um avanço significativo para São Paulo, garantindo um controle mais rigoroso sobre os fluxos de resíduos e ajudando a coibir descartes irregulares, um dos grandes problemas ambientais nas cidades.


Por que esses sistemas são tão importantes?
Transporte de resíduos: tão importante a regulamentação quanto o descarte correto
Transporte de resíduos: tão importante a regulamentação quanto o descarte correto

A existência de sistemas como SINIR e SIGOR é fundamental para que o Brasil consiga avançar na gestão sustentável de resíduos. Entre os principais benefícios desses sistemas, podemos destacar:


  1. Maior controle e fiscalização ambiental – Com o monitoramento digital, os órgãos ambientais conseguem rastrear a destinação dos resíduos, identificando irregularidades e combatendo o descarte ilegal.

  2. Transparência e geração de dados confiáveis – A disponibilização de informações em tempo real permite que gestores públicos e privados tomem decisões mais estratégicas e embasadas.

  3. Redução do impacto ambiental – O correto gerenciamento dos resíduos evita contaminação do solo, da água e do ar, contribuindo para um ambiente mais sustentável.

  4. Promoção da economia circular – Ao incentivar a reciclagem e a logística reversa, os sistemas favorecem a reutilização de materiais e a redução da extração de novos recursos naturais.

  5. Facilidade para empresas – Empresas que geram resíduos conseguem registrar e comprovar a destinação adequada de seus materiais, garantindo conformidade com a legislação ambiental.


Sistemas estaduais de gestão de resíduos

Além do SIGOR, São Paulo não é o único estado a desenvolver uma ferramenta própria para a gestão de resíduos. Diversos estados brasileiros possuem sistemas estaduais para monitorar a destinação dos resíduos sólidos. Alguns exemplos incluem:


  • Minas Gerais – MTR-MG (Manifesto de Transporte de Resíduos de Minas Gerais);

  • Paraná – SICORI (Sistema de Controle de Resíduos Industriais);

  • Rio Grande do Sul – SOGR (Sistema Online de Gestão de Resíduos Sólidos);

  • Santa Catarina – SIGER (Sistema Estadual de Gestão de Resíduos);

  • Espírito Santo – SEIR (Sistema Estadual de Informações sobre Resíduos Sólidos).


Cada um desses sistemas tem como objetivo monitorar a destinação de resíduos dentro de suas respectivas jurisdições, garantindo maior controle sobre a geração e o descarte de resíduos sólidos.

 

Veja aqui a lista completa por Estado (até a presente data):

Estado

Sistema Estadual

Descrição

Acre (AC)

Não há sistema estadual específico

Os dados são inseridos no SINIR.

Alagoas (AL)

Não há sistema estadual específico

Gerenciamento baseado em diretrizes da PNRS.

Amazonas (AM)

Sistema Estadual de Resíduos Sólidos (SERS-AM)

Sistema estadual de controle e destinação de resíduos.

Bahia (BA)

Sistema Estadual de Informações Ambientais (SEIA)

Plataforma para monitoramento ambiental, incluindo resíduos.

Ceará (CE)

Sistema de Informações Ambientais do Ceará (SISCE)

Monitora a gestão de resíduos sólidos no estado.

Distrito Federal (DF)

Sistema Integrado de Gerenciamento de Resíduos (SIGER)

Plataforma digital para gestão de resíduos na capital.

Espírito Santo (ES)

Sistema Estadual de Informações sobre Resíduos Sólidos (SEIR)

Controla a movimentação de resíduos sólidos no estado.

Goiás (GO)

Sistema Estadual de Gerenciamento de Resíduos (SEGR)

Monitora a movimentação de resíduos e logística reversa.

Maranhão (MA)

Sistema Estadual de Gestão de Resíduos Sólidos (SEGRS-MA)

Plataforma para rastreamento de resíduos no estado.

Mato Grosso (MT)

Sistema Estadual de Informações sobre Resíduos Sólidos (SISRES-MT)

Gerencia a logística e o transporte de resíduos sólidos.

Mato Grosso do Sul (MS)

Sistema de Gestão de Resíduos Sólidos (SGRS-MS)

Sistema estadual para controle de resíduos e logística reversa.

Minas Gerais (MG)

Sistema Estadual de Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR-MG)

Similar ao SIGOR-SP, faz o controle da destinação de resíduos.

Pará (PA)

Sistema de Monitoramento de Resíduos Sólidos (SIMORES-PA)

Gerencia a movimentação de resíduos no estado.

Paraíba (PB)

Não há sistema estadual específico

A gestão segue normas do SINIR e PNRS.

Paraná (PR)

Sistema de Controle de Resíduos Industriais (SICORI-PR)

Gerencia resíduos industriais e perigosos no estado.

Pernambuco (PE)

Sistema Estadual de Gestão de Resíduos (SEGR-PE)

Controla a geração e destinação de resíduos.

Piauí (PI)

Não há sistema estadual específico

Utiliza o SINIR para o monitoramento.

Rio de Janeiro (RJ)

Sistema Estadual de Informação sobre Resíduos Sólidos (SEIR-RJ)

Ferramenta digital para controle de resíduos.

Rio Grande do Norte (RN)

Sistema de Gestão de Resíduos do RN (SIGER-RN)

Monitora resíduos sólidos e a logística reversa.

Rio Grande do Sul (RS)

Sistema Online de Gestão de Resíduos Sólidos (SOGR-RS)

Gerencia a rastreabilidade e destinação de resíduos.

Rondônia (RO)

Sistema Estadual de Gestão de Resíduos Sólidos (SEGRS-RO)

Controle de resíduos urbanos e industriais.

Roraima (RR)

Não há sistema estadual específico

O estado utiliza ferramentas do SINIR.

Santa Catarina (SC)

Sistema Estadual de Gestão de Resíduos (SIGER-SC)

Controle de resíduos sólidos industriais e urbanos.

São Paulo (SP)

SIGOR (Sistema Estadual de Gerenciamento Online de Resíduos)

Sistema que rastreia resíduos sólidos no estado.

Sergipe (SE)

Não há sistema estadual específico

Acompanhamento via SINIR e diretrizes estaduais.

Tocantins (TO)

Sistema Estadual de Gestão de Resíduos (SEGR-TO)

Plataforma de controle de resíduos e logística reversa.

 

Por fim...

a correta gestão de resíduos sólidos é uma responsabilidade compartilhada entre governos, empresas e cidadãos. Ferramentas como o SINIR e o SIGOR são essenciais para aprimorar o controle da destinação dos resíduos e promover um modelo de desenvolvimento mais sustentável. Quanto mais informações são coletadas e organizadas nesses sistemas, mais eficiente se torna a fiscalização e a adoção de práticas ambientais responsáveis.


A implementação de sistemas estaduais próprios em diversas regiões do Brasil demonstra que a digitalização e o monitoramento contínuo são tendências cada vez mais fortes para a gestão de resíduos sólidos no país. No futuro, a integração dessas plataformas pode fortalecer ainda mais o controle ambiental e incentivar uma economia mais circular e sustentável.


Mais informações aqui:


 

 
 
 

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